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Memória: por que lembramos do bom ou mau professor e esquecemos dos professores medianos

Uma explicação sobre a memória com linguagem simples envolvendo conceitos da Neurociência

Conrad Elber Pinheiro
Professor Guru
Atualizado em 08/08/2023

Lembramos dos bons e dos maus momentos

Antes de começar este artigo, deixo o meu convite para assistir ao vídeo  Memória: por que lembramos do bom ou mau professor e esquecemos dos professores medianos no canal do Professor Guru no Youtube. Clique abaixo para assistir.

Memória: por que lembramos do bom ou mau professor e esquecemos dos professores medianos

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Por que fazemos essa comparação com os extremos: o bom versus o mau professor? Porque esses extremos são os professores que marcaram você emocionalmente. E por que isso é importante? Porque eventos que geram uma emoção muito forte são os fatos que ficam armazenados na nossa memória. O seu cérebro assimila esses fatos e guarda na sua memória.

Pensando principalmente em alunos universitários, em que as disciplinas ocorrem de forma semestral, é muito comum ver alunos comparando professores, que, normalmente, mudam de um semestre para o outro. E é natural que os alunos compararem: Ah, eu gostava mais do professor tal. O outro professor explicava bem, o outro não explicava nada Com fulano eu entendia tudo, com cicrano eu não entendia nada. Enfim. Fazer comparações entre os professores é bom ou isso é ruim? Bom, na verdade acho que não é nem uma questão de saber se é bom ou se é ruim.

O ser humano faz comparações

Somos todos seres humanos. Fazemos comparações, isso é natural e faz parte da essência humana. No caso de estudantes, é muito mais comum ainda a gente fazer essas comparações do professor atual com algum outro, porque é o momento que você está vivendo e o momento que você está lá tentando entender a matéria. Então, a forma como o professor explica vai influenciar diretamente na sua percepção de como é a aula, de como é a didática desse professor.

Mas as maiores comparações elas vão ocorrer de sabe com quem? Sabe com quais professores? Obviamente com professores que você já teve aula em algum momento no passado. O interessante é que você vai sempre fazer a comparação basicamente com os dois extremos: o bom e o mau. Já parou para pensar nisso? Você normalmente vai comparar o seu professor atual ou com um professor que você julgava ser muito ruim, na sua opinião (de repente, ele era muito ruim para você, mas o resto da sala inteira gostava dele), ou com um professor que era muito bom, que você julgava ser muito bom. 

E  fazemos essas comparações com os extremos? São raras as comparações feitas com os professores intermediários. Os medianos, vamos dizer assim. Normalmente a gente compara sempre com o muito bom ou com o muito ruim. E por que que esses dois extremos são os professores que vem na minha cabeça ou na sua cabeça? Porque esses extremos são os professores que marcaram você emocionalmente. 

O fator emocional contribui para a memorização

Pense naquele professor muito bom que você saía da aula falando poxa, eu entendi tudo, ou mesmo que sei que eu não entendi tudo, mas ele explica muito bem. Naturalmente, você tem admiração por esse professor. Agora, pense no professor muito ruim, aquele que você não entendia, não gostava, não ia com a cara dele, não gostava do jeito de ensinar, da letra dele, do jeito de falar. Não gostava da matéria dele. 

De qualquer forma, em todas essas situações, que são extremas, geram uma emoção muito forte em você. E por que isso é importante? Porque fatos e eventos que geram uma emoção muito forte são os fatos que ficam armazenados lá na nossa memória. 

Pense quais são as situações que as pessoas podem vivenciar uma emoção muito forte. Por exemplo, a alegria de reencontrar alguém  que você gosta muito, que não via há muito tempo. Também pode ser uma coisa ruim como, por exemplo:  você foi assaltado ou viu alguém sendo atropelado na sua frente, levando um tiro, sei lá, acontecendo alguma tragédia com essa pessoa. É um evento ruim, sim, mas é um evento com alta carga emocional, com uma densidade muito grande de emoções presentes naquele momento e que o seu cérebro assimila isso e armazena em sua memória.

Memória consciente e memória inconsciente

Ao acontecer eventos com alta carga emocional, o cérebro irá armazenar o fato e/ou as emoções na memória. Só que ele pode guardar isso na sua memória de duas formas: na forma de uma memória consciente, uma memória que você resgata a qualquer momento, como quando você diz: que legal! Eu tô lembrando aqui como foi. E isso ocorre tanto em um evento bom, como em uma situação chata ou ruim sob o seu ponto de vista. 

E a outra forma, independentemente do tipo de evento ou fato, o seu cérebro pode gerar uma memória camuflada, inconsciente. Quer dizer, aquilo vai existir lá dentro, vai criar um trauma tão grande, mas tão grande, mas tão grande, que simplesmente o seu cérebro vai, entre aspas, apagar esse evento, apagar esse, esse fato, esse acontecimento para te proteger, para que você não sofra, para que você não fique relembrando várias e várias e várias vezes aquela memória ruim. É como se você tivesse um "apagão", um branco que você "não lembra de nada". Mas, na verdade, não é um apagão no sentido de jogou fora. Esse fato está na memória, ele fica camuflado. Só que em algum momento pode ter um gatilho, uma situação similar que te faça lembrar. Ou seja, o evento fica armazenado no seu inconsciente e, através de algum gatilho, ele se torna consciente. Esse gatilho pode ser uma música, um cheiro, enfim, alguma coisa que vai reativar aquela memória "adormecida". 

Então, de forma extremamente simplificada, é assim que funcionam as nossas memórias. E é por isso que muitas vezes nossas comparações são realizadas sempre com eventos extremos (para nós), sejam eles muito bons ou muito ruins. 

Espero ter contribuído um pouco para o seu autoconhecimento e sobre o funcionamento do nosso cérebro.

Até mais!

Prof. Conrad

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